Venho aqui partilhar fragmentos do meu cotidiano com vocês através de um olhar que me foi despertado durante esse período de isolamento em virtude da pandemia do COVID-19. Me chamo Júlia Maria, tenho 21 anos, sou alagoana, estudante de Ciências Sociais e resisti, até agora, ao COVID-19. Falo enquanto alguém que pôde ficar isolada em uma casa com estrutura durante a pandemia, não saindo para trabalhar e/ou exercer outras atividades rotineiras, ao contrário do que muitas brasileiras e brasileiros estão o fazendo muito mais por uma questão de necessidade do que de escolha. Minha família e eu estamos isolados desde março.
Motivada por inúmeros afetos, partilhas, e tomando como referência o trabalho de memórias da pandemia da antropóloga Débora Diniz em seu projeto "Relicário" e o desafio "Minha Relação com Meu Lar" do coletivo de mulheres fotógrafas alagoanas @punhocoletivo, pensei essa série de fotografias não apenas para registrar o dia-a-dia durante essa pandemia, mas para ilustrar alguns aspectos importantes das relações que construímos com nossa própria casa e família, que certamente foram ressignificadas com o isolamento.
A série contem 12 fotos que apresentam em sua concepção a relação dos sujeitos com o ambiente familiar, bem como algumas narrativas e cenários que nos levam a refletir como o espaço da nossa casa pode incorporar as mudanças que vieram com a pandemia.
No mais, aqui vos mostro o trabalho de uma fotógrafa amadora, com poucos recursos materiais e técnicos, mas bastante engajada em pensar até onde nosso olhar consegue captar as inquietações e percepções que extraímos do mundo.
Obrigada, fiquem em casa e estamos juntas/os!
A arte de apresentação da série foi produzida pelo designer brilhante e meu amigo Lucas Simões, acompanhe o trabalho dele em: behance.net/simoeslucas