Cidade, Gênero e Primeira Infância

G r u p o d e p e s q u i s a :

C i d a d e, G ê n e r o e P r i m e i r a I n f â n c i a

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Local da pesquisa: Comunidade do Moinho, Campos Elíseos, SP.

Universidade Presbiteriana Mackenzie | FAU-UPM | São Paulo, SP | 2019-1

Professores: Profª. Drª. Ana Gabriela Godinho Lima, Profª. Ms. Daniela Cristina V. Getlinger, Prof. Ms. Rodrigo Mindlin Loeb

Fotografias e Texto : Caterina Olivi Tanaka

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Roda de conversa e atividades desenvolvidas com as crianças no Oratório São Domingos. (Foto: professor Rodrigo Mindlin Loeb.)

O B J E T I V O P R I N C I P A L

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O Projeto de Pesquisa Cidade, Gênero e Primeira Infância dá-se por meio de aulas expositivas na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) com visitas à Comunidade do Moinho e com a orientação dos professores: professora Daniela Getlinger e professor Rodrigo Mindlin Loeb.

L E I T U R A D A C O M U N I D A D E D O M O I N H O

A P A R T I R D A P E R S P E C T I V A D A C R I A N Ç A.

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A comunidade do Moinho ocupa uma faixa de terra confinada entre duas linhas férreas, entre muros, no centro da cidade de São Paulo, onde vivem mais de 1.000 famílias. Território ímpar em termos de localização na cidade – próximo à oferta de trabalho, às infraestruturas urbanas e aos sistemas de transporte – a área se configura como uma ilha em meio à cidade formal, com uma conexão de acesso frágil, perigosa. A entrada única, para pedestres, bicicletas, e automóveis, por baixo do viaduto da Av. Rudge e cruzando a linha férrea do CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que apenas neste trecho não é murada, evidencia o isolamento da comunidade. Os muros configuram um território que, embora controlado pelo poder paralelo, é “absolutamente” livre para as crianças moradoras.

Desde pequenas, estas são soltas para circular livremente, explorar cada recanto, brincar em meio aos escombros da antiga fábrica, ao lixo acumulado, ao mato que cresce por entre barracos, casas de alvenaria inacabadas, caminhos de terra batida. Vivem, entretanto, submetidas à um ambiente de violência e violação de direitos, que se torna ainda mais grave para meninas entrando na adolescência. Em meio a um território desprovido de investimentos públicos, um equipamento se destaca no investimento na infância: o Oratório São Domingos, presente na comunidade desde 2005, um centro de educação infantil complementar para crianças de 6 a 14 anos, que funciona no contra fluxo da escola (contra-turno).

De acordo com a Fundação Bernard van Leer e com os estudos científicos mais recentes relacionados ao desenvolvimento da primeira infância, há fortes evidências de que um ambiente seguro durante os primeiros seis anos de vida pode traduzir-se em melhores resultados de saúde, maior capacidade de aprender e trabalhar com outros e maiores rendimentos ao longo da vida.

Diretrizes de intervenção em uma comunidade vulnerável como a do Moinho, com foco em ações voltadas às melhorias nas condições de vida das crianças, podem trazer resultados positivos para cidadãos que teremos daqui a 20 ou 30 anos, e um impacto positivo exponencial para a sociedade. A complexidade do desafio de combater a desigualdade e transformar as condições precárias à qual milhões de pessoas são submetidas nos territórios urbanos, requer uma visão multi e transdisciplinar, com a experiência de contato e aprendizado nos territórios.

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Leitura do território da Favela do Moinho, a partir da perspectiva das crianças moradoras e frequentadoras do Oratório São Domingos

(Centro da Criança e do Adolescente), localizado dentro da comunidade.