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Requalificação do entorno do Terminal Guadalupe

REQUALIFICAÇÃO DO ENTORNO DO TERMINAL GUADALUPE, CURITIBA
Intervenção em Área Central - Anteprojeto
Desenho Urbano III - 8º período - Arquitetura e Urbanismo UFPR
Equipe: Axel Gras; Ana Luiza Fernandes Fagnani; Camilla Eduarda Luiz da Silva; Thais de Souza Ferreira
LOCALIZAÇÃO E LEITURA DA REALIDADE

A área de estudo localiza-se na região central de Curitiba, no entorno do Terminal Metropolitano Guadalupe. É uma região caracterizada principalmente por oferecer comércio e serviços populares. Como essa é a única função existente, a falta de atratividade para maior diversidade dos usos faz com que essa área fique vazia fora do horário de expediente (depois das 18h e nos fins de semana), gerando insegurança e transformando essa dinâmica em um círculo vicioso. 

É uma área do centro que se encontra degradada, com algumas edificações antigas nas quais permanecem alguns cortiços e quartos de aluguel como forma de moradia. Entende-se que a presença de uma população de renda mais baixa nessa área central é uma potencialidade do local, mas ainda falta criar sentimento de pertencimento entre os moradores e incentivar a presença de mais habitação.

A análise da área pela lente da autora Jane Jacobs fez perceber como as vias movimentadas que cruzam o recorte podem se configurar como elementos de segregação socioespacial. Além disso, a presença exagerada de vagas de estacionamento ao longo das vias espaços insubstituíveis da calçada. Da mesma forma, vários lotes privados que poderiam abrigar usos mais atrativos para a área em horários diversificados estão sendo ocupados por estacionamentos privados, não cumprindo sua função social, o que vem configurando uma produção da cidade que valoriza os automóveis em detrimento das pessoas.
 

CONCEITO
Tendo em vista os espaços subutilizados do recorte, a proposta quer criar uma rede de centralidades públicas, que favoreça novos usos para o recorte, que, de forma a se complementarem com o uso atual existente, garante e intensifica a permanência na área em diversos horários do dia e também no fim de semana.  Ao mesmo tempo, busca-se incentivar a mobilidade ativa, criando conexões específicas entre transporte coletivo e rede cicloviária.

PARTIDO
A rede de centralidades é criada a partir da incorporação dos lotes subutilizados (atualmente com estacionamentos privados). Adotam-se instrumentos urbanísticos capazes de devolver esses espaços para a cidade, de forma a que cumpram sua função social por meio da proposta do projeto. Nesses lotes, diversos espaços culturais e de lazer são projetados, como praças de bolso (pocket parks), comércio e comidas de rua, quadra esportiva, entre outros equipamentos de lazer.
Com isso, criam-se novas rotas e percursos para os moradores e usuários que transitam pela área à pé ou em bicicletas, sendo também coerente para os usuários que chegam a essa região central pelo transporte coletivo. Esses novos espaços garantem usos em horários diversificados, geram atratividade tanto para novos usuários como para novos moradores, potencializando a permanência das pessoas na área. Elementos essenciais para garantir uma maior caminhabilidade também foram incorporados, como a arborização, calçamento adequado, iluminação voltada para pedestres, acessibilidade, e presença de atrativos nas ruas.
 
ESTRATÉGIAS DE PERMANÊNCIA
As ruas de menor tráfego de veículo foram remodeladas de forma a trazer mais usuários ao local, potencializar o comércio e serviços populares ali existentes e criar novas formas de permanência. A Rua Conselheiro Laurindo ganha espaço para comércio ambulante, tendo uma calçada mais ampliada que possa abrigar uma maior vitalidade urbana e diversidade de usos. Já a Rua Comendador Macedo tornou-se a rua mais valorizada do recorte, graças à grande quantidade de lotes incorporados com novos espaços de permanência. Assim, essa rua ganha um material de piso especial, e é fechada para carros nos fins de semana, configurando uma bela conexão entre esses espaços intralotes.

ESTRATÉGIAS DE MOBILIDADE ATIVA
As vias mais importantes de conexão com outros bairros da cidade, Rua Tibagi e Rua Mariano Torres, foram mantidas em seu caráter de circulação, dispondo agora de mais segurança para as travessias dos pedestres. Ao mesmo tempo, a Travessa Itararé foi escolhida por ter um tráfego mais suave de veículos (majoritariamente por caminhões de frete) para gerar a conexão entre a mobilidade ativa e o transporte público coletivo, criando uma ciclovia que conecta a já existente na Mariano Torres com o Terminal Metropolitano Guadalupe. Apesar de estar fora do recorte, sugere-se uma nova ciclovia na frente do terminal, na Rua João Negrão, conectando esse espaço popular com a XV de Novembro, coração da cidade.

MORADIA 
A fim de evitar a especulação imobiliária com as melhorias propostas pelo projeto, os lotes onde foi identificada a presença de quartos de aluguel ou cortiços foram definidos como ZEIS, de forma a regular o valor dos alugueis e garantir que ao menos uma porcentagem dos apartamentos seja destinada à habitação de interesse social. Assim, o projeto busca melhorar a qualidade de vida na área do recorte para os atuais usuários e moradores, sem gerar gentrificação.
CORTE LONGITUDINAL - RUA COMENDADOR MACEDO
Perspectiva da Rua Comendador Macedo: com piso diferenciado e fechada aos fins de semana
Requalificação do entorno do Terminal Guadalupe
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Requalificação do entorno do Terminal Guadalupe

Anteprojeto da Disciplina de Desenho Urbano III - UFPR

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