Evolução, 2022
Em Desenho e Experiência Artística, foi-me proposto dois exercícios. O primeiro tinha como temática a natureza, tendo como título para explorarmos o nosso conceito “Elas não têm mãos para manejar o mundo”. Foi um exercício difícil de começar, pois tinha como hábito a representação mais realista, sem ter a preocupação de procurar a emoção e a expressão por de trás.
Apesar de gostar muito de utilizar cor, percebi que a utilização de uma grande variedade de paleta cromática era muito distrativo para o meu trabalho. Para focar-me mais na forma das árvores em si, fiz alguns desenhos realistas e de observação de árvores diferentes. Estes foram feitos com grafite e carvão. Uma referência que me foi dada é o documentário “El sol del membrillo”, relata a forma como Antonio López García se preparou para representar um marmeleiro, a minucia e o tempo que demorou.
A partir deste exercício sinto que percebi melhor as formas das árvores, e desenhei de uma forma mais simplificada usando um pincel chinês, e ecoline azul-turquesa.
Para o segundo exercício o tema era livre. Devido á situação por que estava a passar, decidi focar-me no corpo. No final do trabalho, a exploração do corpo passou para uma representação de um corpo que, neste momento, não é meu. Impede-me de ter a autonomia que tinha e puder expressar-me como quero.
 Comecei com alguns desenhos a carvão, que se focavam mais no meu rosto e nas minhas mãos. Continuei neste tipo de representação, até que decidi tentar focar-me mais na silhueta do que o conteúdo do rosto e das mãos. Assim criei alguns desenhos só compostos de manchas de ecoline em folhas A3 e A2.
Apesar de existir uma maior vivacidade na representação da silhueta, senti que ainda não tinha chegado a onde queria. Para perceber melhor as formas dos corpos, o professor sugeriu fazer desenho cego com caneta de apáro. Esta experiência ajudou-me bastante a simplificar as linhas e a resumir um corpo. Fiz muitos desenhos deste estilo, mas na exposição só coloquei os que senti que tinham mais impacto.
Durante esta altura, fui a uma exposição de serigrafia e gravura da Paula Rego, na Galeria 111, intitulada de “Saudades”. Esta exposição impactou-me bastante, senti que me ajudou a explorar a criação de composições e o uso de fundos de uma cor só. Criei alguns desenhos com linhas mais carregadas, e com alguns apontamentos de cor no fundo. Precisava de perceber melhor as proporções para continuar, desta vez, desenhos de corpo inteiro. Foi-me aconselhado ler e ver o “Constructive Anatomy”, de George B. Bridgman, ajudou-me a perceber melhor a anatomia do meu corpo, e que formas este formava.
No final utilizei ecoline azul-turquesa e o pincel chines criei algumas composições do meu corpo em algumas poses, e usando a repetição de partes do meu corpo, do corpo inteiro ou da cadeira onde estava sentada.

Exposição "Evolução" no Átrio da ESAD.CR
Fotografias dos desenhos finais do Projeto Pessoal
Fotografias finais do projeto “Elas não têm mãos para manejar o mundo”
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