"Nos dias atuais, ser quilombola, é ser resistência. A gente sempre lê nos livros de autores que falam sobre comunidades quilombolas, que o quilombo foi um lugar de resistência, de liberdade e que contempla esse passo a ser um espaço cultural. Como se todos os grandes conflitos tivessem encerrados após a abolição. Mas eu entendo e vejo que a escravidão não se encerrou, porque o sistema capital se adaptou a evolução, a escravidão não acabou, ela só tomou outra forma. Ah, nós não sofremos mais debaixo da senzala, do porão. A gente não sofre mais o castigo direto da mão do capitão do mato, da mão do do fazendeiro, do latifundiário, mas a gente sofre com a falta de comida, com a falta de saúde, de educação, de segurança, a gente que sofre com preconceito, a gente sofre com racismo, com machismo, a gente sofre com a falta de acesso à terra, com a falta de garantia aos direitos que estão descritos na constituição, nas diversas leis de proteção aos povos e comunidades quilombolas."