O terreno do intelecto foi alagado e soterrado. São só escombros, em migalhas fincadas nos resquícios do racional. Não há nada a ser sentido além de caos, porque só o caos solidifica o desmoronamento. Sufoco-me nos destroços de algo que restou. Uma migalha segue viva, mas para quê, do que serve se apenas sobreviveu porque é grande demais e não se silencia? Se aqui agora, eu só precisava da completa quietude sobre essa ruína que cobriu o corpo e não permite mover. Existe um nítido eco no fundo desses entulhos, e estes não permitem a voz do remanso, entretanto, mais uma vez questiono: o que é esse inferno de remanso? Se ao sentir, se ao emitir (omitir), só se fincam mais as farpas. No final, infelizmente, por agora só não há. Me anulei ao nada. Sou desvalor. Sou vazio cheio.

Arte: @morgs.rr